O
Partido Liberal (PL) no Maranhão vive um momento de reorganização interna e
expansão estratégica. Com dois deputados federais atuando sob a liderança de
Josimar de Maranhãozinho o próprio Josimar e sua esposa, a deputada Detinha o
grupo político prepara agora um novo movimento: lançar dois sobrinhos como
candidatos a deputado estadual nas eleições de 2026.
A
iniciativa é vista dentro e fora do partido como parte de um processo de
fortalecimento familiar e de blindagem política, prática comum em grupos
comandados por lideranças regionais com forte influência territorial. O
objetivo é ampliar o controle sobre bases municipais, consolidar votos e manter
o protagonismo do PL no tabuleiro político maranhense, especialmente em um
cenário de disputa crescente entre grupos tradicionais e novas forças
emergentes.
Embora
os nomes dos sobrinhos ainda não tenham sido oficialmente apresentados, aliados
próximos confirmam que ambos já estão em campo realizando visitas, participando
de eventos e estabelecendo redes com prefeitos alinhados ao PL. A articulação
ocorre no mesmo momento em que Josimar fortalece alianças estratégicas como o
recente acordo com o segundo colocado na eleição de Paço Lumiar em 2024 Felipe
Gonçalo e a liberação das lideranças do partido para apoiar a pré-candidatura
de Dr. Hilton Gonçalo ao Senado.
O
movimento de Josimar tem três camadas estratégicas
1.
Expansão do clã político
Com
dois federais na mesma estrutura, lançar dois estaduais da família cria uma
bancada familiar algo que aumenta o poder de barganha, a capacidade de
articulação regional e o acesso a recursos públicos via emendas e alianças.
2.
Reforço territorial
O
PL vem buscando se consolidar como uma das maiores forças do Maranhão,
especialmente após as eleições gerais e o fortalecimento nacional do partido.
Ter mais nomes alinhados diretamente ao comando de Josimar amplia a presença em
regiões onde o grupo já exerce forte influência, como no Alto Turi, Zé Doca e
municípios vizinhos.
3.
Preparação para 2026 e 2028
Lançar
dois sobrinhos agora não é apenas um projeto eleitoral, mas um investimento de
médio prazo. Com mandatos estaduais, novos integrantes da família estariam
aptos a disputar prefeituras em 2028 ou avançar para outras posições em 2030.
Isso
reestrutura o capital político do PL e garante longevidade ao projeto de poder
do grupo.
Apesar
de politicamente eficiente, a estratégia também levanta críticas:
1.
Personalização extrema da política
Transformar
partidos em extensões familiares enfraquece estruturas democráticas internas,
reduz renovação e desloca quadros competentes que não possuem relação sanguínea
com o comando do partido.
2.
Risco de desgaste
O
excesso de parentes ocupando cargos eletivos tende a gerar desgaste diante do
eleitorado, especialmente em regiões em que a população começa a exigir maior
pluralidade e independência política.
3.
Concentração de poder
A
criação de uma “bancada da família” reforça a percepção de que o PL maranhense
é comandado de maneira centralizada, o que pode dificultar alianças com grupos
que buscam espaços reais de decisão não apenas adesões protocolares.

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