terça-feira, 7 de outubro de 2025

” Vou votar segundo a minha vontade, já que o voto e o mandato são meus”, diz Astro de Ogum ao falar da eleição da Mesa Diretora

Além de um recado com consideráveis ​​destinatários, o pronunciamento do vereador Astro de Ogum (PCdoB), na manhã desta segunda-feira (06), caiu como um balde de água fria nos bastidores da Câmara Municipal de São Luís.

Esperava-se que o decano do Legislativo anunciasse o boato que pretende seguir na disputa pela Mesa Diretora, referente ao biênio 2027–2028, cuja eleição, de acordo com o regimento interno, deverá ocorrer apenas em abril de 2026.

Mas, em vez de declarar apoio a qualquer grupo, Astro usou a tribuna para rebater as pressões de bastidores e reafirmar sua autonomia e firmeza política. Ele classificou o movimento antecipado como “uma corrida normal, porém ocasional”, lamentando o clima acirrado que se instalou entre os vereadores. veja o vídeo abaixo.

O edil comparou o momento a um “Big Brother político”, com tiros vindos de todos os lados e uma sede desenfreada pelo comando do Legislativo municipal.

Ainda durante o discurso, o decano do Parlamento de São Luís destacou ter sido cumprido os acordos e a palavra dada, mas deixou claro que nenhuma pressão ou tentativa de imposição o fará se antecipar.

"O anúncio será feito no momento oportuno. Eu não sou melhor, pior, maior ou menor do que ninguém. Vou votar segundo a minha vontade, já que o voto e o mandato são meus. Foram conquistados por mim, com a ajuda de Deus, dos guias e do povo.", afirmou.

Reconhecido pelo espírito de coletividade, ousadia e capacidade de articulação, o Astro ratificou que dispõe apenas do próprio voto.

No entanto, o bom relacionamento com os colegas, tanto os veteranos quanto os novatos, aliado ao trabalho reconhecido ao longo dos anos, o torna uma peça-chave nessa corrida eleitoral.

Com propriedade, o parlamentar lembrou que já presidiu a Câmara por quatro anos e exerceu a vice-presidência por seis, experiências que lhe deram plena consciência das alegrias e tormentos da carga. "Eu conheço bem os bastidores da política e, por tudo o que já vivi aqui, espero que respeitem a minha trajetória. Não tenho medo de ameaças, já que vivo às custas do meu trabalho. São 41 anos de dedicação à Casa 16 como assessor e 25 como detentores de mandato eletivo", finalizou.

 

segunda-feira, 6 de outubro de 2025

“A Química Continua”, Disse Trump Em Chamada De Vídeo A Lula Na Manhã Dessa Segunda-Feira

 

O governo federal divulgou nota à imprensa informando que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu na manhã desta segunda-feira, 6 de outubro, telefonema do presidente Donald Trump, dos Estados Unidos. Em tom amistoso, os dois líderes conversaram por 30 minutos, quando relembraram a boa química que tiveram em Nova York por ocasião da Assembleia Geral da ONU. Os dois presidentes reiteraram a impressão positiva daquele encontro.

O presidente Lula descreveu o contato como uma oportunidade para a restauração das relações amigáveis de 201 anos entre as duas maiores democracias do Ocidente. Recordou que o Brasil é um dos três países do G20 com quem os Estados Unidos mantêm superávit na balança de bens e serviços. Solicitou a retirada da sobretaxa de 40% imposta a produtos nacionais e das medidas restritivas aplicadas contra autoridades brasileiras.

O presidente Trump designou o secretário de Estado Marco Rubio para dar sequência às negociações com o vice Geraldo Alckmin, o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ambos os líderes concordaram em se encontrar pessoalmente em breve. O presidente Lula aventou a possibilidade de encontro na Cúpula da Asean, na Malásia; reiterou convite a Trump para participar da COP30, em Belém (PA); e também se dispôs a viajar para os Estados Unidos.

Os dois presidentes trocaram telefones para estabelecer via direta de comunicação. Do lado brasileiro, a conversa foi acompanhada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, os ministros Mauro Vieira, Fernando Haddad, Sidônio Palmeira e o assessor especial Celso Amorim.


Com Apoio de Eduardo Braide, Hilton Gonçalo Lidera Corrida Para o Senado Federal, Aponta Pesquisa

 

A mais recente pesquisa do Instituto Completa, realizada entre os dias 28 de setembro e 4 de outubro de 2025, revela o peso político que uma eventual aliança entre o prefeito de São Luís, Eduardo Braide, e o médico e ex-prefeito de Santa Rita, Dr. Hilton Gonçalo na disputa pelo Senado Federal.

Segundo o levantamento, Hilton Gonçalo lidera as intenções de voto para o Senado quando é apresentado como candidato com apoio de Braide, alcançando 23,6% das preferências em todo o Maranhão. Ele ficou em primeiro lugar como a primeira opção de voto dos entrevistados.

O resultado supera nomes tradicionais da política maranhense, como Weverton Rocha (16,1%) e Roberto Rocha (14,6%), e evidencia o potencial de uma dobradinha eleitoral competitiva para 2026.

O destaque de Hilton é ainda mais expressivo na Grande Ilha, onde atinge 43,4% das intenções de voto região em que Eduardo Braide detém sua principal base de apoio político. Analistas avaliam que a influência do prefeito da capital pode ser decisiva para consolidar um projeto estadual com forte apelo urbano e administrativo.

A pesquisa ouviu 1.493 eleitores em todas as regiões do Maranhão. O nível de confiança é de 95% e a margem de erro máxima é de 2,3 pontos percentuais, para mais ou para menos.

Os números reforçam o cenário de que, caso se confirme a parceria política entre Braide e Hilton Gonçalo, o grupo poderá entrar na disputa de 2026 com vantagem estratégica e capilaridade eleitoral em diferentes regiões do estado.

Cenário geral

No cenário sem a definição de alianças políticas, Weverton Rocha fica na liderança da corrida pelo Senado no Maranhão, com 20,2% das intenções de voto. Em seguida aparecem Roberto Rocha, com 15,4%, e André Fufuca, com 11,8%.

Já Eliziane Gama registra 8,6%, enquanto Dr. Hilton Gonçalo tem 5,8% e Dr. Yglésio, 5,4%. Pedro Lucas Fernandes aparece com 5,0% e Cesar Pires, 3,0%. Votos nulos ou em nenhum candidato somam 6,8%, e 18,1% dos entrevistados não souberam ou não responderam.




quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Política: Braide Pode Ganhar No Primeiro Turno O Governo Do Estado Baseado Nas Últimas Pesquisas, Entenda Porquê.

 

O nome de Eduardo Braide desponta como favorito na disputa pelo Governo do Maranhão, e as últimas pesquisas de intenção de voto indicam que ele pode conquistar a vitória já no primeiro turno. Esse cenário, embora ainda dependa de fatores como o nível de abstenção, a afirmação de alianças e a capacidade de mobilização da oposição, é resultado de um conjunto de elementos políticos e estratégicos que vêm se fortalecer ao longo da pré-campanha.

Uma recente onda de pesquisas aponta para um cenário antes impensável, a vitória de Eduardo Braide no primeiro turno, já um cenário com os quatro candidatos mais prováveis ​​​​Braide tem 43,37% na CNN, 41,25% no instituto opinião e 38,82% no instituto Vox. Mas ao analisarmos uma pesquisa de maneira mais profunda é possível constatar que já existem cenários em que o atual prefeito de São Luís chega a 53% dos votos válidos.

O que chama a atenção é que esse fenômeno ocorre com pouco apoio de lideranças do interior e números ainda inexpressivos em cidades-chave. Algo que com o revelador da campanha deve mudar drasticamente a favor de Braide, o apoio de lideranças como Mariana Carvalho em Imperatriz, Luciano Leitoa em Timon, Paulo Marinho Jr em Caxias, Dr. Hilton Gonçalo em Santa Rita e região do munin deve catapultar para no mínimo 30% dos votos nessas cidades, e com isso e bolsas de outros apoios que devem se somar durante essa eleição, se tornarão um verdadeiro pesadelo para os outros candidatos, em especial aos leões. Neste sentido, será inviável uma vitória surpreendente de Eduardo Braide ainda no primeiro turno

O peso das pesquisas

Os levantamentos recentes mostram Braide à frente dos demais concorrentes, com percentuais que se aproximam ou até superam a soma dos votos de todos os adversários. Esse é um indicador decisivo nas disputas de primeiro turno: quando a vantagem é larga e constante, o candidato consegue imprimir uma narrativa de “vitória decisiva”, desmobilizando parte dos rivais e atraindo o eleitorado indeciso.

Um dos fatores que favorecem Braide é a fragmentação da oposição. A ausência de um nome competitivo capaz de unificar os partidos que resistem à sua candidatura diluída como chances de formação de um segundo turno robustas. Candidatos que aparecem em patamares médios ou baixos nas pesquisas tendem a disputar o mesmo eleitorado, aumentando a possibilidade de crescimento consistente.

Fator de gestão e recall eleitoral

Braide chega a esta eleição com forte recall de sua gestão em São Luís. Apesar das críticas pontuais, sua imagem de gestor pragmático e distante de debates ideológicos pesados ​​o ajuda a conquistar o eleitorado que busca “resultado” mais do que alinhamento político. Além disso, seu discurso de independência em relação a grupos tradicionais de poder se mantém atrativo para uma parcela significativa do eleitorado.

Crítica e riscos no horizonte

Apesar da vantagem, há riscos. Braide ainda precisa manter uma narrativa de eficiência administrativa, evitando que falhas de sua gestão sejam exploradas na reta final da campanha. O fator abstenção também pode pesar: quanto maior a ausência de eleições às urnas, mais imprevisível se torna o cenário, principalmente entre os segmentos populares, onde a oscilação costuma ser mais decisiva. Além disso, os adversários podem explorar o desgaste natural da máquina pública e o fato de Braide concentrar grande parte da política monetária, por ser o líder isolado.

Análise política: o voto útil como diferencial

O chamado “voto útil” pode ser o grande trunfo de Braide. À medida que a eleição se aproxima, os candidatos de baixa competitividade competem a migrar para quem tem maior chance de vencer. Se a percepção de vitória no primeiro turno se consolidar, Braide pode se beneficiar diretamente desse movimento, desenvolvendo o favoritismo em maioria absoluta.

Conclusão

O favoritismo de Eduardo Braide não é apenas numérico: ele é fruto de uma conjuntura política que envolve liderança nas pesquisas, fragmentação adversária, registro de gestão e narrativa de independência. No entanto, vencer no primeiro turno exige mais do que vantagem nas pesquisas é necessário manter consistência, evitar erros estratégicos e neutralizar ataques que certamente se intensificarão na reta final. A disputa ainda reserva capítulos importantes, mas, se o cenário atual se mantiver, Braide caminha para uma vitória histórica já na primeira rodada.


quarta-feira, 1 de outubro de 2025

POLÍTICA: Aprovação de Brandão acima de 60% reforça cenário político para 2026

 

Uma nova pesquisa de opinião apontou que o governador do Maranhão, Carlos Brandão (PSB), mantém aprovação superior a 60% entre os maranhenses. O resultado consolida a imagem de um governo bem avaliado pela maioria da população e projeta reflexos diretos no tabuleiro eleitoral de 2026.

Segundo analistas, índices de aprovação nessa faixa garantem força política não apenas para a manutenção da base aliada, mas também para ampliar o espaço de influência em disputas estratégicas. Brandão, que já anunciou que pretende “honrar até o último dia de governo”, poderá entrar na campanha de sucessão como um dos principais cabos eleitorais do estado.

Além disso, o cenário abre margem para dois desdobramentos: de um lado, a possibilidade de Brandão apoiar um nome da base governista com chances reais de vitória, repetindo a estratégia de continuidade; de outro, a pressão da oposição, que terá o desafio de construir um discurso alternativo diante da popularidade do atual governo.

Especialistas em política avaliam que a aprovação acima de 60% cria um “escudo” contra críticas mais duras, já que a percepção popular é positiva em áreas como infraestrutura, programas sociais e articulação nacional. No entanto, ressaltam que o desafio será manter esses índices até 2026, período em que a pauta econômica e a capacidade de investimento do estado poderão pesar na balança.

Na prática, a boa avaliação dá fôlego para Brandão se consolidar como um dos principais articuladores da cena política maranhense e fortalecer o grupo governista nas urnas. O impacto real dessa aprovação, porém, dependerá da capacidade de transferir capital político ao candidato escolhido e de manter a sintonia entre governo, aliados e a população até a largada oficial da campanha.


quinta-feira, 25 de setembro de 2025

Crise Política: Senado Arquiva PEC da Blindagem, e Relação Entre Alcolumbre e Hugo Motta Entra em Tensão: Cenário Político Já Mira 2026

 

A chamada PEC da Blindagem, proposta que buscava ampliar as prerrogativas parlamentares e criar salvaguardas contra ações judiciais consideradas abusivas, foi arquivada nesta quinta-feira (25) pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). A decisão vem logo após a rejeição unânime da matéria pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), sinalizando a falta de clima político para avançar com a proposta.

O movimento tem impacto direto não apenas no Legislativo atual, mas também nas costuras políticas que miram as eleições de 2026. Ao determinar o arquivamento, Alcolumbre mandou um recado: prefere preservar sua liderança no Senado e sua imagem pública a se desgastar em defesa de um texto que encontrou resistência tanto na opinião pública quanto dentro do próprio Congresso.

Relação com a Câmara em Risco

O gesto, no entanto, pode abrir uma fissura na relação com a Câmara dos Deputados, em especial com o presidente Hugo Motta (Republicanos-PB), que havia se mostrado mais receptivo à discussão da PEC. Motta vinha sinalizando que a proposta poderia ser reelaborada e votada, mas a decisão de Alcolumbre encerra, ao menos por agora, qualquer possibilidade de avanço.

Nos bastidores, a leitura é de que a relação entre os dois presidentes pode “azedar”, gerando atritos na pauta conjunta das Casas Legislativas. A harmonia entre Câmara e Senado é estratégica para a aprovação de projetos de interesse do Executivo, e um distanciamento pode comprometer a agenda do governo Lula em matérias de médio e longo prazo.

A Conjuntura Política

O arquivamento da PEC também fortalece a imagem de Alcolumbre como um ator político pragmático, capaz de recuar diante de derrotas evidentes. Isso pode se converter em capital político para as eleições de 2026, quando o senador amapaense buscará ampliar seu protagonismo, seja no Senado ou em novas articulações nacionais.

Já Hugo Motta, que desponta como uma das jovens lideranças da Câmara, vê no episódio uma derrota estratégica. A dificuldade em manter alinhamento com o Senado pode ser explorada por adversários internos, especialmente em disputas pela sucessão da presidência da Casa em 2027.

Reflexos em 2026

O episódio também dialoga com o cenário eleitoral de 2026. Alcolumbre, articulador habilidoso, poderá usar o desgaste de Motta para se consolidar como figura de equilíbrio entre o Senado e o Planalto, buscando ampliar sua rede de alianças em estados-chave.

Enquanto isso, deputados alinhados a Motta podem reagir com maior autonomia, tensionando a relação entre as Casas e dificultando votações de interesse do governo federal. Essa instabilidade pode pesar diretamente na campanha de Lula ou de seu sucessor político, afetando a narrativa de governabilidade.

No pano de fundo, a derrota da PEC da Blindagem mostra que, a menos de dois anos do próximo ciclo eleitoral, o Congresso já se move em lógica de 2026, em que cada decisão é medida não apenas pelo impacto imediato, mas sobretudo pelo cálculo eleitoral de médio prazo.


quarta-feira, 24 de setembro de 2025

Brasília: CCJ do Senado Enterra PEC da Blindagem e Impõe Derrota a Setores Políticos

 

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado rejeitou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 3, de 2021, conhecida como PEC da Blindagem, que buscava um escudo constitucional para proteger parlamentares de processos criminais. O relator, Alessandro Vieira (MDB-SE), apresentou relatório no qual declara a proposta “inconstitucional” e recomendou sua rejeição.

O relator da PEC da Blindagem, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), sustentou nesta quarta-feira (24) que a proposta não foi apresentada para defender o exercício do mandato parlamentar, como dizem seus defensores, mas para proteger os parlamentares de processos criminais.

“A PEC é na verdade um golpe fatal na sua legitimidade do Congresso, posto que configura portas abertas para a transformação do Legislativo em abrigo seguro para criminosos de todos os tipos. Essa é uma PEC que definitivamente abre as portas do Congresso Nacional para o crime organizado”, disse o senador sergipano ao ler seu parecer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

Vieira pediu a rejeição completa da Proposta de Emenda à Constituição 3, de 2021, que exige autorização prévia da Câmara ou do Senado, por meio de voto secreto, para processar criminalmente deputados e senadores.

Para o relator Alessandro Vieira, a proteção dos mandatos parlamentares não é compatível com a criação de obstáculos para a investigação de crimes, “a exemplo de homicídio, corrupção passiva, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro”.

O relator destacou os protestos no domingo (21) contra a PEC e afirmou que “não se sustenta em fatos” a tese de que a atividade parlamentar está sendo cerceada no Brasil.

A tese é defendida pela oposição e pelo presidente da Câmara, deputado Hugo Motta Republicanos-PB, que disse que há deputados processados por “crime de opinião”. 

“Aqui, nesta fileira, seguramente todos já proferiram discursos duríssimos com relação a decisões de ministros do STF, a condutas de ministros, e nenhum dos que está aqui sentado responde a processo por isso. Nenhum! Nem aqui, nem na outra Casa”, afirmou o senador Alessandro Vieira.

O senador citou alguns “casos raros” de processos por discursos proferidos, como o do deputado governista André Janones (Avante-MG), que responde por queixa-crime apresentada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro por tê-lo chamado de “assassino, miliciano, ladrão de joias e bandido fujão”, entre outras ofensas.

Alessandro Vieira ainda citou os casos dos deputados da oposição Gilvan da Federal (PL-ES) e Gustavo Gayer (PL-GO), que respondem a queixas-crime apresentadas pela deputada federal Gleisi Hoffman (PT-RS), atual ministra da Secretária de Relações Institucionais (SRI). 

Esses deputados disseram que Gleisi “deve ser uma prostituta do caramba” e “Lula ofereceu Gleisi Hoffman como um cafetão oferece sua funcionária em uma negociação entre gangues”.

O relator da PEC da Blindagem ponderou que, nos casos de Janones, Gilvan e Gayer “parece absolutamente impossível atrelar tais agressões ao legítimo exercício do mandato parlamentar”.

Vieira ressaltou que, mesmo nesses casos, a proteção a opiniões, palavras e votos de parlamentares está garantida.

“É possível à sustação do processo, conforme diz o §3º do art. 53 da Constituição Federal, o que reforça a completa inutilidade prática da emenda apresentada”, completou.

A rejeição unânime da PEC da Blindagem pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, marca um divisor de águas no debate político em Brasília. A proposta, que buscava limitar a atuação de órgãos de controle e dificultar investigações contra autoridades com foro privilegiado, não apenas perdeu apoio como se transformou em símbolo de desgaste para os seus defensores.

O resultado foi contundente: nenhum senador ousou votar a favor. A unanimidade revela que, diante da pressão da sociedade civil, da opinião pública e de entidades ligadas ao combate à corrupção, a defesa da PEC se tornou politicamente insustentável.

A derrota fragiliza setores que apostavam em medidas de autodefesa legislativa, interpretadas por muitos como um retrocesso institucional. Para analistas, a decisão mostra que o Senado, ao menos neste episódio, foi sensível ao clamor popular e buscou preservar sua imagem diante de um tema altamente impopular.

Quem sai fortalecido é o discurso da transparência e da responsabilidade pública, enquanto os articuladores da PEC ficam isolados e com a pecha de tentar aprovar um texto visto como corporativista. No xadrez político, a rejeição sinaliza que, em tempos de maior vigilância social, projetos que soem como blindagem dificilmente prosperarão no Congresso.

Com o parecer da CCJ, a PEC da Blindagem está enterrada. O episódio, no entanto, deixa claro que o desgaste recairá sobre quem tentou levar a proposta adiante.